segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Filme A Menina Que Roubava Livros

A Menina que Roubava Livros



Gênero: Drama
Direção: Brian Percival
Roteiro: Michael Petroni
Elenco: Sophie Nélisse, Geoffrey Rush, Emily Watson,
Ben Schnetzer e Nico Liersch.







A Menina que roubava livros é um filme que desenvolve pouco os personagens, mas que brinda o espectador com um bom elenco. O diretor Brian Percival trabalhou bem a história transmitindo  emoção, o qual prende o espectador do começo ao fim, inserido no contexto da Alemanha Nazista durante a Segunda Guerra Mundial. O roteiro adaptado de Michael Petroni traz a sensibilidade daquele período com diálogos bem elaborados.

O filme começa com um narrador misterioso, a morte, (voz de Roger Allam) que entra em cena tecendo reflexões de si mesma e nos apresentando a menina Liesel Meminger, que após a morte do irmão, é levada para viver com sua nova família: Hans Huberman e Rosa Huberman, que anos mais tarde acolhem o judeu Max Vandenburg, filho de um amigo de Hans. A chegada de Liesel impressiona o pequeno Rudy Steiner, um menino que será seu amigo e companheiro de muitas aventuras.

Liesel Meminger e Rudy Steiner

 A relação de Liesel com eles se desdobra de formas diferentes. Com Hans cria-se afeto e cumplicidade típicos de uma relação paternal. É com ele que a menina aprende ler os livros surrupiados. Geoffrey Rush incorporou bem como um homem paciente, amoroso e solidário. Já com a Rosa, a relação não é tão amistosa. Entretanto, entre elas nasce companheirismo. A atriz Emily Watson, que interpreta Rosa, teve uma atuação regular. Até tenta ser rabugenta no início mas não convence como tal. Os amigos: Rudy Steiner, papel de Nico Liersch, é a parte correspondente da infância, dos momentos de fantasia e sonhos que toda criança tem. O ator mirim teve um bom destaque e uma atuação comovente; E Max Vandenburgo, vivido por Ben Schnetzer, desperta a imaginação da menina que dá vida às palavras que ela aprendeu, as quais são um alívio para o enclausurado judeu. O rapaz não aprofundou tanto a tensão que seu personagem sofre. O momento crítico lhe favorece, mas o ator aproveitou pouco. Faltou mais emoção.

Max Vandenburg

A intérprete de Liesel, Sophie Nélisse, atua perfeitamente. Não é uma daquelas crianças prodígios que deseja ir além da capacidade. Está dentro dos limites da atuação para sua idade. Faz um ótimo trabalho com gestos e expressões faciais.

O filme mostra a situação vivida por cada um desses personagens naquele contexto, seus dramas e medos. No entanto não aprofunda muito e tudo é lançado rapidamente, embora envolva emocionalmente o espectador. Sentimos falta da ação que intitula o filme, pois isso não é tão frequente. A história gira mais em torno do clima de guerra. Até o cenário está bem detalhado com elementos nazistas retratando a Alemanha, o que deu um grande destaque a fotografia, com ruas cobertas de neves, bandeiras nazistas vermelhas nas ruas, nas estações de trem, o símbolo da suástica nos uniformes escolares, soldados em toda parte e o porão escuro alaranjado onde a população local se escondia dos ataques aéreos, revelando o tom sombrio e desesperador das pessoas. Tudo bem ilustrado para mostrar o período histórico daquela época e sua tensão, além das consequências.

Liesel, Rosa e Hans Huberman

Nem só de drama que o longa está amparado. Há bons momentos de humor que alivia a tensão e distrai o espectador, assinalando um fio de esperança em meio ao turbulento caos pelo qual todos estão passando. Como a guerra de bolas de neve de Liesel e Max com Hans e Rosa, imitações que os dois amigos (Liesel e Max) fazem do Führer entre outros. Ainda aliviando, temos a trilha sonora de John Williams (criador de trilhas sonoras clássicas como de Superman, Star Wars e Indiana Jones), embora não seja tão marcada, possui um ritmo leve e discreto, os quais estabilizam o longa.

Enfim, é um filme adaptado do best-seller homônimo de Markus Zusak que possui uma linguagem diferente da literatura, logo é uma releitura que leva a transformação para o cinema porque o tempo seria insuficiente para abarcar mais histórias e outros personagens que o best-seller traz. No entanto, é um filme que apesar do contexto triste, não chega ser tão melodramático e vale a pena assistí-lo. E aos leitores: não sejam tão fundamentalistas em querer fidelidade da obra, já que é uma ADAPTAÇÃO.

Veja fotos do filme aqui e o trailer.

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